Imagem e mito na cena do Caboclo d’Arubá
Resumo
Neste artigo apresento aspectos da simbologia do Caboclo d’Arubá, figura que integra o Cavalo Marinho, manifestação tradicional da Zona da Mata Norte pernambucana. A imagem do Caboclo, além de estar presente no Cavalo Marinho, permeia outras expressões artísticas e religiosas da Mata Norte, entre elas o Maracatu de Baque Solto, o Caboclinho, a Jurema e o Xangô. A partir da noção de imagem de Gaston Bachelard e Gilbert Durand, exponho a tese de que estas recorrências da figura do Caboclo representam variações que constelam sobre uma mesma origem simbólica. Recorrências que revelam aspectos fundamentais de um imaginário comum da região. A partir de reflexões sobre a figura do Caboclo d’Arubá e suas recorrências, pretendo apontar possibilidades de diálogo com processos criativos de outras expressões artísticas contemporâneas.Referências
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BACHELARD, Gaston. A Poética do Espaço. Trad. Antônio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
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DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário: introdução à arquetipologia geral. Trad. Hélder Godinho. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012, 4ª edição.
SALLES, Sandro Guimarães de. À sombra da Jurema encantada: Mestres juremeiros na Umbanda de Alhandra. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2010.
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